A FAMÍLIA SEGUNDO DEUS
No ano de 1963, no dia 24 de outubro, o então presidente da República Federativa do Brasil, João Goulart, através do decreto nº 52.748, institui o dia 8 de dezembro como o Dia Nacional da Família. Diz a redação do decreto: O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 87, inciso I, da Constituição e; Considerando que a família, desde os estágios iniciais da civilização, vem constituindo a célula-base dos aglomerados humanos; Considerando que, posteriormente, já nas sociedades perfeitamente organizadas e independentes de ideologia, sistema político, organização social ou credo religioso, continua sendo a família o elo fundamental das mesmas, DECRETA: Artigo único. Fica instituído o Dia Nacional da Família, a ser comemorado em todo o território nacional, no dia 8 de dezembro de cada ano. Brasília, 24 de outubro de 1963; 142º da Independência e 75º da República. 24º presidente do Brasil, João Belchior Marques Goulart. Posteriormente, no ano de 1993, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 15 de Maio como o Dia Internacional da Família.
Pois bem, convidamos você a refletir um pouco sobre essa instituição milenar, que foi criada por Deus, mas que, infelizmente, desde a sua instituição, no Édem, tem sido alvo prioritário de satanás e seus partidários e, atualmente, são visíveis, os prejuízos decorrentes desses ataques. Infelizmente, milhares de famílias já foram completamente devastadas pela ação do destruidor, e hoje, só resta tristeza e amargura. O que chamam de novas configurações familiares, na verdade, são os cacos que restaram da única e verdadeira configuração familiar estabelecida por Deus no ato de sua constituição.
De acordo com o projeto original de Deus, a família não é um grupo qualquer de pessoas convivendo sob um mesmo teto, mas foi originalmente constituída de um homem e uma mulher que receberam a capacidade de procriação e, posteriormente, fariam vir filhos à luz, que seriam criados num ambiente acolhedor e seguro, onde aprenderiam a temer a Deus e também receberiam as instruções necessárias para uma convivência socialmente agradável. No salmo 128, lemos: “Bem-aventurado, (ou seja, feliz) aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao SENHOR. O SENHOR te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida. E verás os filhos de teus filhos, e a paz sobre Israel”. A partir deste texto entendemos que o lar foi estabelecido por Deus como o “domus”, ou seja, o ambiente doméstico agradável e desejado pelo ser humano. Entre outras coisas o texto fala de prosperidade, fartura, alegria, paz, longevidade e felicidade. Esse é o projeto original de Deus para a família!
Infelizmente, não é isso o que temos testemunhado na maioria das famílias. Atualmente, a ordem do dia, é, não apenas reconfigurar a família, mas perverter completamente a ordem familiar. Perversão na acepção da palavra, quer dizer: mudança do estado normal das coisas. Ou seja, tem-se tentando a todo o custo contrariar a ordem natural do matrimônio criando-se verdadeiras anomalias sociais, sob o auspício de um hedonismo avassalador. De acordo com o censo do IBGE/2010, a família tradicional (pai, mãe e filhos) deixou de ser maioria no Brasil. Atualmente mais de 50% das famílias configuram vários tipos de arranjos familiares. Quais sejam: progenitores sozinhos com filhos, avós com netos, irmãos com irmãos e/ou primos, casais sem filhos, etc., isso sem falar nas diversas agregações humanas, também consideradas famílias.
Allan Johnson, no dicionário de sociologia, diz que “a família como instituição social é definida pelas funções sociais que se espera que ela cumpra, quais sejam: (a) reproduzir e socializar os jovens, (b) regular o comportamento social, (c) agir como grande centro de trabalho produtivo, (d) proteger os filhos, (e) proporcionar apoio emocional aos adultos, servindo como origem de status atribuído, como etnicidade e raça”. Esta definição sociológica para família considera que existem funções sociais capitais que a família deve cumprir para que haja equilíbrio social.
Todavia, antes de qualquer fator social, antropológico ou cultural, existe uma realidade espiritual, um agente que quer ver a família destruída, porque ele sabe que se as famílias forem desestruturadas a sociedade será reduzida a ruínas; no entanto, se a família seguir o modelo divino será forte, e sendo forte, a sociedade será estruturada. Que mal lhe pergunte: A crise de autoridade generalizada, que enfrentamos atualmente, não seria decorrente da ausência de referências na família? A falta de respeito aos pais e demais autoridades constituídas, não seria uma forma de manifestação da síndrome de lúcifer?
É imperativo saber que os pais de todas as épocas, têm a responsabilidade de ensinar aos filhos o temor do Senhor contribuindo para uma sociedade harmoniosa. No entanto, isso só é possível se esses pais dispuserem de referências éticas sólidas, baseadas na revelação divina, que viabilizam o entendimento e respeito mútuo dos direitos e deveres do indivíduo. É esse padrão ético que define aquilo que é certo e errado. A questão, no entanto, é: por que o homem, um ser racional e inteligente, em geral, não consegue administrar bem os relacionamentos a partir do núcleo familiar de forma que toda a sociedade funcione de forma justa e pacífica? Note que além de racional o homem é inteligente. Racionalidade é a capacidade de realizar operações mentais complexas, estabelecendo relações com os elementos dados. Enquanto que inteligência é a habilidade de lidar e apreender através dessas operações mentais. Mesmo assim, o homem do século XXI se debate agonizante no seu mundo saturado pela tecnologia de ponta, mas não consegue sequer, viver feliz em família. É só dar uma olhada no número atual de divórcios.
Da definição de Allan Johnson que citamos, destacamos duas funções da família que são: regular o comportamento social e proteger os filhos. Queridos, vamos ser sinceros; as famílias da atualidade têm desempenhado essas funções? Que tipo de comportamento como pais, temos deixado como legado para os nossos filhos? Temos criado os nossos filhos desde a mais tenra idade, ensinando-os a respeitar limites? Que valores éticos, estamos deixando como herança, para a nossa prole? Temos protegido nossos filhos das ideologias nocivas à conduta ideal, segundo Deus? É com profundo pesar que temos de responder negativamente a todas essas questões. Não, a maioria dos pais não tem feito o dever de casa! É só dar uma olhada a nossa volta e o que veremos é uma sociedade caminhando para um sistema anárquico onde o egoísmo prevalece, e quem dita as normas é a chamada “lei de Gerson”, que determina que o indivíduo deve sempre levar vantagem em tudo o que faz. Sentimentos como: fraternidade, altruísmo, empatia, respeito, honestidade, respeito, honra, pudor etc., foram quase extintos nos relacionamentos humanos. Essa é a triste realidade que enfrentamos.
Entretanto, para fechar a nossa reflexão, perguntamos: Por que apesar do avanço científico e tecnológico o homem não conseguem viver bem? Alguma coisa está errada. Mas, o que será que está errado? A resposta é simples: O homem está errado! Quando o homem decidiu rejeitar o projeto de Deus para a família e elaborar o seu próprio projeto, deu no que deu. Salomão, sob inspiração divina, exclama: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados” (Lm 3.39). Fora do plano de Deus o homem fica totalmente vulnerável aos ataques de satanás que nem sempre vêm de forma ruidosa, mas, na maioria das vezes, se dá sorrateiramente através de influências. E essas influências funcionam como uma correnteza que afastam cada vez mais o homem de Deus, levando-o a ruína total. Todavia, tenho boas notícias! O reconhecimento do erro e a decisão de voltar-se para Deus é o caminho para a restauração da família. Deus quer restaurar a tua vida, o teu casamento, a tua família, os teus filhos. Ao responsável pelo cárcere em Filipos Paulo disse: “[…] Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”.