O CRISTÃO E AS ATUAIS TEORIAS CONSPIRATÓRIAS
Atualmente, algumas teorias conspiratórias, escatológicas e sensacionalistas têm agitado e atribulando muitas pessoas, inclusive, muitos cristãos, mundo afora. Todavia, perguntamos: devemos nos deixar levar por essas teorias conspiratórias?
Podemos iniciar respondendo a essa questão com o texto de Colossenses cap. 2, versículos 6 ao 8, onde lemos: “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças. Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo”.
Definindo os termos: De acordo com o filólogo e lexicógrafo Antônio Houaiss, teoria significa: conhecimento especulativo, metódico e organizado de caráter hipotético e sintético. Já o termo conspiração, para este professor e ex-diplomata brasileiro, significa: trama engendrada em segredo para realizar um mau desígnio. Se juntarmos os dois termos poderíamos estruturar a seguinte definição: “Teoria da conspiração é o conhecimento especulativo engendrado, ou produzido nos bastidores de alguma mente criativa, porém destituída da verdade, para provocar histeria ou coisa que o valha nas pessoas”.
No texto de II Pe 1.16,19-21, parece que o apóstolo ex-pescador antevia a criatividade espantosa da mente humana do final dos tempos e a sua maquinação, quando diz no (v.16): “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade”. Note-se que Pedro ressalta que a doutrina que retransmitiu àqueles que, como ele, alcançaram a fé preciosa, no que concerne ao poder de Deus e a vinda de Jesus Cristo, não foi baseada em fatos puramente imaginados, ou seja, não foi baseada em especulações de mentes criativas para impressionar ou provocar algum tipo de inquietação em alguém, mas no testemunho pessoal de alguém que, não somente ouviu falar, mas que esteve pessoalmente com o Mestre dos mestres. O apóstolo ressalta a inesquecível experiência que vivenciou juntamente com João e Tiago, no cume do Monte Tabor, alta colina a oeste do Mar da Galileia, com o topo medindo 575 metros acima do nível do mar, local escolhido por Jesus para transfigurar-se diante daquele trio de discípulos, revelando-lhes a sua glória. Na passagem em apreço, o apostolo Pedro está repetindo aquilo que já havia dito diante do Sinédrio, e que ficou registrado em At 4.20, quando explicava aos presentes, a razão do milagre operado à porta formosa do templo. Ele estava dizendo: eu estou falando a vocês daquilo que vi e ouvi.
Na sequência do texto citado, Pedro diz no (v.19): “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações”. Aqui, remetendo a épocas anteriores a sua, se vale daquilo que foi anunciado pelos profetas de Deus a respeito do plano da redenção do homem, desde o princípio até o seu desfecho final. Mas uma vez, Pedro mostra que o crente não deve alicerçar a sua fé em especulações, ou teorias conspiratórias, mas unicamente na Palavra de Deus, pois somente a Palavra de Deus, como “uma luz que alumia em lugar escuro”, poderá esclarecer ao homem o plano de Deus. Este “lugar escuro” citado no texto é, na verdade, uma metáfora para indicar o atual estado da mente humana afetada pelo pecado e, portanto, desprovida do conhecimento de Deus, que é o verdadeiro conhecimento. Em (Jo 12.46), Jesus diz: “Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas”. Ou seja, aquele que está em Cristo, não necessita se preocupar com nenhuma teoria conspiratória, pois tem o conhecimento de Deus e do seu plano para o homem. Escrevendo aos tessalonicenses Paulo diz: “Mas vós, irmãos, já não estais em trevas…” (I Ts 5.4a) e no v. 5, arremata: “Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas”.
Na conclusão do capítulo 1, nos versos 20 e 21, Pedro escreve: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. Neste final do capítulo, o apóstolo Pedro revela a fonte de todo o conhecimento verdadeiro, tanto do passado, do presente como também do futuro, quando diz que “nenhuma profecia” é produto da mente criativa humana, mas, homens separados por Deus, falaram “inspirados pelo Espírito Santo” e aquilo o que eles falaram, Deus ordenou que fosse registrado em livros para que a posteridade também fosse esclarecida do plano de Deus para o universo, desde a sua criação, até a consumação dos séculos, nomeadamente no que concerne ao homem.
Escrevendo aos crentes em colossos Paulo orienta: “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele” (Cl 6.2). Em outras palavras, os colossenses foram instados a permanecer na doutrina de Cristo conforme revelada e ensinada pelos santos profetas e apóstolos, não segundo as teorias conspiratórias. No verso 3 do mesmo capítulo, Paulo os adverte a que lancem raízes na Palavra de Deus e a cuidem da construção do edifício espiritual sobre a rocha que é Cristo, pois somente assim seriam confirmados na fé e abundariam em ações de graças. O apóstolo faz uma advertência dizendo: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo”.
Compreendendo a mensagem desses textos bíblicos fica muito claro que o cristão jamais deve se deixar levar por nenhuma teoria conspiratória, pois quem está em Cristo e tem as suas palavras, e somente as suas palavras como baldrame da fé, jamais será abalado por nenhum tipo de especulação. Implantação de chip, imagem holográficas e sons, supostamente vindos do céu, ou qualquer outra teoria apocalíptica, sequer deve ocupar a mente do filho de Deus. Afinal de contas, temos muito no que refletir: 66 livros; 2 Testamentos; 1.189 capítulos; 31.102 versículos; 773.692 palavras e 3.566.480 letras, portanto, mãos à obra, e busquemos cada vez mais o conhecimento de Deus.